77% das executivas percebe desigualdade de gênero nas empresas

Pesquisa também mostra que 63% das respondentes já sofreram assédio moral ou violência que limitassem seu crescimento profissional

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Uma pesquisa realizada pela Saint Paul Escola de Negócios com 146 mulheres executivas descobriu que 77% delas observam desigualdade de gênero na liderança das empresas. Mais que isso: 63% afirmaram já ter sofrido algum tipo de assédio moral ou violência física ou psicológica que limitassem seu crescimento profissional.

Lançada no mês da mulher, o estudo buscou suprir uma escassez de pesquisas com este enfoque no Brasil, e tomou como base materiais da ONU e de mercados internacionais como a Austrália. Para a instituição, o tema é de “suma relevância para o entendimento da dinâmica social e corporativa”.

O destaque da pesquisa da Saint Paul é analisar a percepção das ainda poucas mulheres que conseguiram chegar aos cargos mais altos de companhias. No Brasil, apenas 13,6% das posições mais altas de grandes empresas são ocupadas por profissionais do sexo feminino, segundo dados do Instituto Ethos.

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Outras descobertas foram que 75% das pesquisadas percebem que os níveis de remuneração para uma mesma descrição de cargo e responsabilidades não são equivalentes entre os gêneros; ou seja, há discrepância salarial mesmo em cargos iguais.

No geral, elas também acreditam que as oportunidades de crescimento não são equivalentes para homens e mulheres, e 59% delas concordam totalmente com a afirmação “para alcançar níveis similares de desenvolvimento na carreira, as mulheres precisam estudar mais que os homens”.

Família

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De acordo com o IBGE, as mulheres brasileiras trabalham, semanalmente, cerca de 5 horas a mais do que os homens por terem de realizar as tarefas domésticas. Culturalmente, ainda existe percepção de que a mãe é quem deve cuidar dos filhos.

Entre as mulheres executivas, a maioria acredita que estruturar família e ter filhos afeta homens e mulheres de maneiras distintas. Quase 70% das mulheres com filhos e 74% das sem filhos afirmaram que existe essa diferença.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney