Hackers que vazaram conteúdo da Netflix anunciam vaga com salário de R$ 240 mil

O grupo de hackers virou uma espécie de empresa focada em invasões digitais

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – O Dark Overlord, um grupo de cibercriminosos, está contratando. Sim: uma equipe de hackers está buscando novos funcionários. Ao menos é isso que diz um anúncio arquivado pela empresa inteligência Digital Shadows.

Se está pensando que o nome do grupo não é estranho provavelmente deve ser porque você acompanhou o caso que trouxe a fama: em 2017 o Dark Overlord vazou 10 episódios da série “Orange is the New Black”, após tentar extorquir a Netflix. Mais recentemente, o grupo começou a vazar documentos de seguradoras relacionadas ao ataque às Torres Gêmeas de 11 de setembro de 2001.

O grupo de hackers virou uma espécie de empresa. A lista com a vaga de emprego do Dark Overlord foi publicada em novembro e abre espaço para o chamado “TI hacker” aparecer no mercado de trabalho como uma profissão comum.

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“Muito corporativo. Se você visse o anúncio, pensaria que era uma empresa de tecnologia comum”, afirma Rick Holland, diretor de segurança da informação e vice-presidente de estratégia da Digital Shadows, ao site Axios.

Entre as características da vaga de emprego, está: “atitude vencedora, se você é guiado por objetivos e está acostumado em alcançá-los, você é perfeito para nós.”

Veja os requisitos:

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A vaga paga um salário inicial de até 50 mil libras esterlinas por mês, cerca de R$ 240 mil. Fala-se em chance de aumento de remuneração após um ano.

O anúncio é bem similar ao padrão do Vale do Silício, cheio de palavras-chave de programação corporativa e jargões de recursos humanos em um formato bem organizado. 

Eles procuram alguém com pelo menos 10 anos de experiência em design de software, gerenciamento de rede ou administração de sistemas, e que já tenha trabalhado em equipe por alguns anos.

Os candidatos “devem ser capazes de trazer abordagens inovadoras para as operações e trabalhar pensando ‘fora da caixa’”, diz o anúncio. Além disso, “eles precisarão se submeter a testes de certificação e habilidades – que é exatamente o que os recrutadores fazem”, observa Holland.

Como uma startup de tecnologia tentando aumentar sua força de trabalho após alguns dos talentos originais saírem da empresa, é curioso pensar que se trata de um grupo de hackers. 

A Digital Shadows afirma que o grupo supostamente perdeu parte da sua equipe, que foi presa – um problema menos comum, embora não desconhecido, na indústria de tecnologia mais convencional. Aparentemente, ainda assim, não existe uma legislação que proíba esse tipo de anúncio de emprego.

Além disso, Holland afirma que os negócios não vão muito bem. Os depósitos nas contas de criptomoeda do grupo diminuíram e possivelmente eles precisam de mão-de-obra para recuperar a receita. 

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.